ARROMBADO, breve análise do termo

Thiago Silva
2 min readOct 10, 2015

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Em tempos de problematização intensa (e necessária, visto que a gente fala muita merda mesmo sem nem perceber, bicho) flagrei-me pensando a sério nas possíveis implicações e desdobramentos daquele que é um de meus xingamentos favoritos: ARROMBADO. Tudo isso enquanto enfrentava um trânsito brutal de sexta-feira, na rota para pegar a namorada no trabalho.

ARROMBADO. Sonoro, gostoso, decididamente ofensivo. Rola com facilidade da língua. Exemplo em vídeo abaixo (+18):

Filho da puta, zé-buceta, borra-botas, paga-lanche. Todos impropérios formidáveis, porém carentes da VISCERALIDADE e ASPEREZA que um ARROMBADO bem colocado tem, especialmente quando acompanhado de demais termos de baixíssimo calão vide os exemplos abaixo:

Escuta aqui, seu arrombado

Aquele Jonas é um puta dum arrombado

Tudo um bando de arrombado do caralho

E a lista segue. Inclusive, aceito sugestões.

Mas a questão é: por que diabos chamar alguém de ARROMBADO(A) deveria soar ofensivo? Veja bem, qual é a primeira coisa que te vem à mente quando pensa em ARROMBAMENTO? Além de ladrões de cofres e tal. Tu sabe bem do que eu tô falando, sacana. É isso aí, isso mesmo. Só que qual o problema do fulano(a) ter alta rotatividade ou atividade frequente nas partes pudendas? Na real, não deveria ser meio que motivo de celebração? Aí cabe o outro uso de ARROMBADO, que vejam só, também funciona em tom elogioso, por mais torto que pareça, tipo quando aquele seu tio Leônidas ganha uns seis pau na quina, caso clássico de ARROMBADO.

Ou ainda, o ARROMBADO deveria ser alvo de nossa complacência e compreensão, já que o fato de estar/ser ARROMBADO ou FOLOTE, como também costumam comentar aqui no Norte, deve dificultar e muito o desempenho de algumas atividades, tipo quando bate vontade de cagar. Fica aí a reflexão.

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Thiago Silva

Escrevo, traduzo, como, cozinho, reclamo, tenho bandas.